Existe a lenda que a mulher é a Mulher Maravilha”, afirma Ana Fontes, criadora da Rede Mulher Empreendedora. “Isso é ruim porque significa que você tem que fazer tudo. Essa responsabilidade fica na nossa cabeça”, diz. As dificuldades que as empreendedoras enfrentam no mundo dos negócios foram parte da discussão da mesa “Aqui quem manda são as mulheres”, que ocorreu nesta quinta-feira (5/2) na oitava edição da Campus Party.
Junto com Ana Fontes, que mediou o debate, estavam as empreendedoras Fabiany Lima, Luciana Caletti e Tatiana Pezoa, que revelaram algumas das barreiras que enfrentam no dia a dia do empreendedorismo. Confira quais são elas e o que as empreendedoras fazem para superá-las:
O meio dos negócios ainda é majoritariamente masculino
“O setor de tecnologia ainda é masculino, então temos que buscar nosso lugar ao sol”, afirma Tatiana Pezoa, CEO da Trustvox, site que mede a confiança e a satisfação dos consumidores em relação aos e-commerces. Segundo a empreendedora, os homens são mais competitivos, enquanto
as mulheres costumam ser mais colaborativas. “Precisamos deixar de ter receio e ter mais coragem para tomar as rédeas”, diz Tatiana.
A falta de autoconfiança
De acordo com Luciana Caletti, cofundadora e CEO da Love Mondays, plataforma online na qual funcionários podem avaliar, anonimamente, as empresas nas quais trabalham, ainda existe uma barreira interna das próprias mulheres. “Os homens têm mais autoconfiança em frente aos investidores e falam com segurança”, diz a empreendedora. “Temos que acreditar mais em nós mesmas.”
Os julgamentos
“Ainda parece que estamos em um lugar no qual não deveríamos estar”, afirma Tatiana. “As pessoas nos julgam mais, mesmo que não percebam. Quando alguém está me explicando algo técnico, por exemplo, presume que não entenderei do que estão falando. Temos que passar por cima disso e mostrar que sabemos sim”, diz Luciana.
Os vários papeis da mulher
“Como sou mãe, a impressão que tenho quando vou a um compromisso é que as pessoas, antes de tudo, questionam ‘as suas filhas ficam com quem?’. Como se ser mãe fosse conflitante com ser uma profissional competente”, afirma Fabiany Dias, fundadora e CEO da Timokids, aplicativo de livros e jogos infantis, e mãe de gêmeas. “São paradigmas que têm que ser quebrados, pois nossa intenção é a de estar ali profissionalmente. Temos que ser julgadas por nossa capacidade e não por sermos mulheres”, diz. “Nossa questão é mostrar que somos empreendedoras e que não existe barreira quando você faz o que gosta”, disse Ana Fontes.
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